Olá! Bem vindos a mais uma publicação 🙂
De 23 de setembro a 3 de outubro fui passear por Budapeste, Bratislava e Viena! Pelo caminho, fiquei a perceber bastante melhor a história daquela zona da Europa e apanhei covid!
Conclusão: A viagem foi um sucesso!
Caso estejam a pensar fazer um itinerário parecido ou simplesmente tenham interesse em saber o que andei a fazer, fica aqui a minha review:
A Hungria é um país em reconstrução… A pré-conceção que tinha do país era: o governo é “suspeito”; comem caldo de carne por lá. Fora isso não conhecia nada.
Quando chego a Peste (lado onde fiquei) não sei bem o que pensar. A cidade é bastante internacional. Edifícios grandes de um estilo antigo (sec XIX), muitos turistas, as mesmas lojas que encontro em qualquer outro lugar, os mesmos franchisings…
O ambiente é um pouco cinzento (talvez venha aí chuva?), não sinto imediatamente qual a identidade da terra onde estou. – Isto da “identidade da terra” é um pouco complicado de definir hahaha, Mas todos os locais acabam por ter algumas características distintivas! Acho eu?
Há medida que começo a entender a história do país, consigo vê-lo de outro modo. Com uma história de guerra atrás de guerra, múltiplas invasões e ocupações, de impérios formados e destruídos, como não há marcas de todos estes acontecimentos? Foram ocupados pelos Otomanos, os Austríacos, os Alemães, os Soviéticos, e a cada ocupação, os marcos importantes da comunidade e cultura existentes eram destruídos como resultado da guerra, ou por decisão dos novos governantes…
Faz sentido que coisas não batam certo… Edifícios novos são construidos com arquitetura antiga, uma tentativa de reconstruir o que a cidade outrora foi, antes das invasões, dos canhões, dos bombardeamentos, da opressão…
Grande parte das estátuas da cidade não tem significado algum. Cada novo invasor destruía o que antes existia e por agora, o governo decidiu só colocar estátuas decorativas que não gerem sentimentos (bons ou maus) na população…
Nem a própria língua escapa a esta “reconstrução”. Durante séculos, o idioma principal da capital foi o alemão, enquanto o húngaro era apenas a terceira ou quarta mais falada… A linguagem sobreviveu graças a todas as populações rurais que continuaram a passar o idioma para as gerações seguintes. No entanto, devido à falta de vocabulário, quando húngaro voltou a ser a língua principal do país, foi necessário “criar” artificialmente várias palavras necessárias no seu vocabulário que não foram naturalmente desenvolvidas. – Por isso é que mais ninguém os entende xD
Peste é historicamente o lado da cidade aonde grande parte da Indústria se encontra, Buda é a parte rica da capital. Esta diferença é notável. Peste é mais sóbria, mais cinzenta, mais organizada, enquanto que Buda é mais bonita, mais leve, mais acolhedora.
Dito isto, o que eu fiz:
Em Peste & Buda
Visitar o memorial dos heróis – Que representam os líderes das 7 tribos húngaras que fundaram a Hungria – e os jardins que se encontram por trás do monumento, onde podemos encontrar um castelo muito porreiro, a casa da música, um zoo (que eu não vi) e um lago que aposto que eles congelam no inverno para fazer uma pista de skate no gelo!
Descendo a rua do Memorial dos Heróis – Rua Andrássy em honra ao ministro húngaro que liderou o país no início da sua “época dourada” que começou em 1867 com o tratado Austro-Húngaro negociado por Ferenc Deák (podem ir ao museu dele xD) e durou até ao início da Primeira Guerra. – encontram a Ópera e a Casa do Terror. É uma das ruas principais da cidade.
Visitei a Casa do Terror. Como podem adivinhar, é uma exposição sobre a Segunda Guerra, e o pós-Guerra na Hungria (focando-se mais no pós-guerra). A opressão de quase 50 anos vivida enquanto ocupados pelo regime comunista. As tentativas falhadas de revolução… O desespero da população… As câmaras de tortura onde presos políticos e outras figuras de poder húngaras eram interrogados, torturados e mortos. É pesado. Vou fazer um texto mais sobre o tema… Pesado, recomendo.
Ironicamente, se percorrerem a rua na sua totalidade e virarem à direita, acabam por encontrar o monumento em honra dos heróis soviéticos que morreram na Segunda Guerra Mundial. – que obviamente é bastante controverso xd
Falando de coisas mais alegres, visitei o Nagy Vásárcsarnok, o grande mercado de Budapeste!
– Uma espécie de mercado do bolhão, em que se vendem todo o tipo de produtos frescos e conservados, legumes e especiarias, com vários locais a viverem o seu dia a dia e a comprar produtos para casa.
– No andar superior tem também restaurantes e lojas de recordações. Claramente focadas num mercado mais internacional – sacar dinheiro aos turistas 😁 fazem eles muito bem! -, maaaas os restaurantes têm comida muuuito boa 😍
Muito fixe! Foi o local onde senti logo que aquilo é parte da cultura húngara.
Fiz a free walking tour da cidade! – Como qualquer travel influencer, tenho que incluir aqui esta parte hehe Óptimo para entender a história do país de uma forma interativa. E passam por vários pontos importantes, como o Parlamento, a ribeira e assim. Também fiz a do castelo! Bom para conhecer toda aquela zona!
Arranjem um bom restaurante para comida típica, passeiem junto ao rio e na zona dos bares de Peste – ruin pubs – Vejam o por-do-sol do lado de Buda. É Lindo, a vista do parlamento é incrível…
Passeiem pela ilha Margarida! Ponto de natureza entre os dois lados da cidade =)
Bué cenas que não fiz, mas fiquei muito satisfeito com a minha visita a Budapeste! Das cidades que mais me fez pensar nos últimos anos!
Algumas pics ^^
Bratislava passou uma vibe muito mais chill que Budapeste. Obviamente o país também teve uma boa quantidade de invasões e de opressão, mas isso não é tão sentido no espírito da cidade e na sua arquitetura.
Os efeitos da ocupação soviética não são sentidos do mesmo modo que em Budapeste, onde o objetivo do regime era mesmo “castigar os húngaros por todo o mal que tinham feito“… Aqui as coisas eram mais suaves. Até porque a Eslováquia (ou Checoslováquia na altura), não era vista como um inimigo, pois em agosto de 1944, a população revoltou-se contra as forças nazis e lutaram contra eles. Assim, acabaram a guerra do lado dos “Aliados”, apesar de no início apoiarem o regime nazi.
Dito isto, é possível encontrar vários exemplos de “decisões contra a vontade do povo” como a igreja Judaica que o regime comunista decidiu destruir para construir uma autoestrada (que não podia ficar 15 metros mais para o lado claramente xD)
Há uma certa “rivalidade” com a Hungria, pois Bratislava e alguns outros territórios eslovacos fizeram parte do Império Húngaro durante bastante tempo. Vários estabelecimentos têm o nome escrito em 3 línguas – Alemão, Eslovaco e Húngaro. A nossa guia (ya, também fiz a walking tour aqui), falou de um certo orgulho por conseguirem manter a sua língua e independência após serem parte de outros impérios durante tanto tempo.
A cidade é pequena, mas bastante fofa. Não tem grandes monumentos, como as outras duas, mas tem um pequeno centro histórico preservado e edifícios modernos a aparecer um pouco pela cidade. – O que a torna logo mais “natural” que Budapeste, pois há uma harmonia entre passado e presente que faz sentido! Está presente a evolução dos tempos, isso é fixe!
É um ótimo local para relaxar, passear por ruas bonitas, comer panquecas que são crepes e provar mais comida tradicional da região!
Para além de tudo o que se pode provar em Budapeste e pela zona, em Bratislava, podemos provar vários pratos e doces que utilizam queijo de cabra na sua confeção! Isto pode ser ótimo, ou péssimo, dependendo da tua opinião sobre o ingrediente! Não há nada como experimentar hahaha
Para além da sua forte cultura gastronómica, a Eslovénia também é conhecida pelas suas bebidas alcoólicas (principalmente bebidas brancas.) então é uma boa prenda para trazer deste país ^^
Visitei a igreja azul! – Muito fofa, parece um bolo!!!
Visitei o castelo! Ainda em fase final de reconstrução, acho – ardeu há uns 100 anos, e não havia dinheiro para reconstruir… O regime soviético reconstruiu com materiais “menos bons” e então eles estão a substituir certas partes.
Visitei o monumento em honra dos heróis do exército vermelho (soviético) – que ao contrário de Budapeste não é tão controverso… – Não está no centro, está numa zona mais afastada (é o ponto mais alto da cidade, mas, ao mesmo tempo é numa zona pouco movimentada).
Das 3, a cidade que mais gostei. Se tivesse que definir Viena com poucas palavras, diria que é das melhores cidades para trabalhar/estudar da Europa. Para além da sua localização geográfica (que partilha com as outras cidades que visitei), tem uma oferta cultural superior e também uma oferta laboral superior. – Talvez não seja tão acolhedora como Bratislava, mas compensa com tudo o resto.
Viena parece estar a fazer um “rebranding” para ser conhecida como o “hub” artístico da Europa. E é grande ideia! Já têm toda a fama relacionada com música e opera, juntando-lhe outras formas de arte torna a cidade super atrativa de um ponto de vista cultural! – Eu passei metade dos meus dias lá a ver museus hahaha
A arquitetura da cidade é arrebatadora. Budapeste considera Viena a sua rival em termos de arquitetura, mas nem é uma competição, Viena dá 10 – 0 xD
O bilhete de transportes públicos compensa nesta cidade. Facilita a mobilidade dentro da cidade. Fora todos os edifícios megalómanos de séculos passados, visitei também o parque de diversões da cidade. Muito fixe! Adorava ter algo assim aqui na Bélgica, ou em Portugal. É no estilo dos que se encontram em Copenhaga ou em Estocolmo. No meio da cidade, podemos só passear e pagamos para andar no que quisermos. Podem também ir à ilha que eles têm! Não é tão boa como a de Budapeste, mas tem uma mini-praia!!
Visitei o palácio de Schönbrunn – residência de verão dos Habsburgs! Lideres bastante inteligentes… Em especial a rainha Maria Theresa e o seu filho Joseph II! Eram algo maus em guerras (perderam quase todas), mas mesmo assim conseguiram expandir o seu território e trazer riqueza para o país de várias outras formas.
Dos museus que visitei, o Albertina é o que mais compensa, então fica aqui a recomendação! Tem exposições de arte diversas. Pena que quando cheguei aos Picassos, o museu já estava a fechar -.-‘
Quando chegam a Viena, se fizerem o mesmo percurso que eu, já não há muita mais comida tradicional. Como estes países estão perto uns dos outros, a cultura gastronómica também é similar. A principal diferença, é que aqui já podem comer o famoso schnitzel! – Que é um panado com batatas fritas.
Ahh, e também fiz a walking tour hahaha
Gostei de todas as cidades. Há bastante em comum entre todas elas, mas sem dúvida, também é visível o que as separa. Com esta viagem, tudo incluído, eu gastei cerca de 800 euros. Para 10 dias, incluído viagens, alojamento, comida e entretenimento. Não fiz uma viagem propriamente frugal, fui a bastantes museus e restaurantes… Sem dúvida é possível fazer o mesmo trajeto e pagar metade. Depende do estilo de viagem que se quer fazer.
Bem, isto foi a minha experiência a passear por Budapeste, Bratislava e Viena! E tu, já foste lá? Estás a planear ir? Se quiseres alguma info, tiveres dúvidas ou quiseres partilhar a tua experiência, deixa um comentário ou manda-me uma mensagem ^^
Até à próxima!
Ricardo
I am a relaxed curious young man! I love Nature and new Adventures! I always want to Learn more and Teach what I know to the world! I hope I can share my passions with the world with this blog!! <3
Hi everyone! For the last 4/5 months, I dove into how to organize and plan…
Neste texto exploro a dor de cabeça. É debilitante quando acontece e não conheço ninguém…
Já se questionaram porque é que os homens ficam carecas? Tantas senhoras idosas com um…
2023 Chegou! Altura perfeita para ver como correram os meus objetivos de 2022 e que…
I visited "Terror Háza" in Budapest. That, together with the historical background of the last…