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Investimentos – Uma Introdução

Bom dia queridos leitores!

Eu sei que quando se fala em investimentos, a primeira coisa que vêm à cabeça são aqueles homens de fato de “O lobo de wall street” e coisas do género. Algo complicado, com uma dose de corrupção à mistura que só se consegue fazer quando se é rico…

Bem, esta imagem não podia estar mais longe da realidade. No passado até podia fazer algum sentido, mas atualmente, com o acesso crescente a tecnologia é cada vez mais fácil de colocar a render algum dinheiro que esteja parado. A maior parte das pessoas não quer estar dependente de um emprego para sobreviver durante toda a vida, por isso é que poupamos e descontamos para a reforma, na esperança que a partir de uma certa altura ter dinheiro suficiente para viver sem a preocupação constante de trabalhar para subsistir. Investir é apenas mais uma maneira de acelerar este processo. Para além de descontar para a reforma, poupar naquilo que não é verdadeiramente necessário e tomar decisões inteligentes no que toca a dinheiro, se existisse uma maneira de colocar o dinheiro que temos a gerar mais dinheiro era incrível certo?

Isso é exatamente a utilidade de investir o nosso dinheiro – acelerar a altura em que nos tornamos financeiramente independentes do nosso emprego. Este ideal acabou por até formar um grupo! O grupo “FIRE” – Finantial Independance, Retire Early – cujo objetivo é atingir a independência financeira o mais cedo possível.
Claro que não estou a dizer que é dinheiro fácil, há sempre um risco associado, por isso é que é um investimento… Mas quando feito de maneira responsável e pensada pode levar a um bom pé de meia…

Bem, isto parece uma ótima ideia, mas, na prática, o que se tem que fazer?

Vou começar pelo início! Antes de começar a investir temos que garantir duas coisas. A primeira é que não temos dívidas por pagar – a não ser que sejam dividas com taxa de juro muito baixa, mas não vale a pena complicar… – a segunda é que temos algum dinheiro de lado pronto a utilizar no caso de uma emergência, porque o dinheiro investido vai estar indisponível para despesas imediatas…

Cumpridos estes 2 parâmetros, vamos investir! Aqui há 2 variáveis, de que forma vamos investir e onde é que o vamos fazer. Vou explicar as hipóteses mais usuais:

Forma – Podemos investir individualmente, pagar a um gestor de conta ou criar um Robot-advisor

Robot-advisor – é bom para quem não quer despender muito tempo a investir. São feitas algumas questões para determinar os objetivos e tolerância ao risco de cada pessoa e a partir desse ponto o algoritmo controla os investimentos. O banco best lançou o primeiro robot-advisor em Portugal se quiserem ir verificar =) (deixo aqui a review da deco proteste também.)

Gestor de conta – Pagamos a alguém para gerir o nosso portfolio. Também devem determinar os nossos objetivos e assim e a partir dai controlam da maneira que consideram melhor. Talvez se pague um pouco mais em taxas – se bem que depende da situação… – mas temos um ser humano a controlar a conta. (o que pode ser bom ou mau xD)

Investimento individual – Esta opção exige um pouco mais de esforço da nossa parte, pelo menos se quisermos fazer um bom trabalho, mas tem como vantagem não pagarmos comissões a ninguém! A maior parte dos recursos necessários estão disponíveis online, então é uma questão de começar!

Onde? – Em que vamos investir?

Ações – Comprar uma ação equivale a comprar uma pequena parte de uma empresa. Cada empresa define o número de ações que lança para o mercado e a qualquer pessoa pode comprar. Dependendo da procura o preço de cada ação vai variar, logo é possível comprar ações a 1 euro e outras a 1000 euros. A compra de ações é o método de investimento mais arriscado, pelo que é o menos recomendado na maior parte dos casos. Também é onde podem existir mais ganhos, então cada pessoa tem que decidir se está confortável com isso.

Títulos – Um título é uma espécie de empréstimo a uma empresa ou entidade governamental com a garantia que nos pagam o dinheiro ao fim de um certo número de anos (depende do contrato… normalmente é 10 anos) e durante esse tempo estamos a receber juros. A compra de títulos é dos investimentos menos arriscados que se pode fazer, porque sabemos exatamente quanto vamos receber e ao fim de quanto tempo – isto considerando que o país a que compramos os títulos de dívida não vai à falência… o que é pouco provável, por isso é que o investimento é seguro. – Por outro lado, também é o investimento menos rentável, pelo que é mais aconselhado para quem queira investir com o menor risco possível. Na maior parte dos casos a compra de títulos é apenas uma pequena parte do portfolio dos investidores, tornando-se uma fatia cada vez maior ao longo do tempo (porque quanto mais perto da reforma estivermos menos piada tem perder dinheiro… então é preferível jogar pelo seguro xD)

Fundos Mútuos – É um conjunto de investimentos escolhido por uma entidade, que pode ser gerido de maneira ativa ou passiva (passiva significa que os criadores do fundo escolhem onde investir e deixam ficar lá o dinheiro, ativa significa que depois da criação do fundo continuam a tentar aumentar a rentabilidade do mesmo.). Ao investir num fundo mutuo não temos que nos preocupar em escolher ações, títulos ou outra coisa qualquer individualmente. Em vez de comprar os ingredientes para uma sopa 1 a 1, compramos uma caixa em que já escolheram os ingredientes, a quantidade de cada um e quais os melhores para ter o melhor sabor possível… Fundos estão mais diversificados, pelo que o risco associado aos mesmo é inferior ao das ações. – Os bancos portugueses costumam ter fundos imobiliários decentes até…

Fundos negociados em bolsa (ETF) – Estes fundos são similares aos anteriores. Também é um conjunto de ações, investimentos em imobiliária, etc, no entanto, não são escolhidos ou geridos por uma entidade privada, apenas seguem a performance do mercado. Geralmente têm taxas inferiores e são mais transparentes que os anteriores, no entanto, não têm ninguém a gerir o fundo ativamente. Pessoalmente prefiro investir em ETFs, pois não há limite de entrada (como acontece em alguns fundos mútuos) e existe maior transparência (pois para estarem cotados na bolsa tudo tem que ser publico). Porém, ambas as opções são muito boas para quem pretende ter uma boa rentabilidade com um risco moderado.

Mercado Imobiliário – Investir no mercado imobiliário não implica comprar uma casa! Existem atualmente várias plataformas que nos permitem fazer pequenos investimentos ou empréstimos onde ficamos com uma parte da casa sem pagar pela mesma, ou recebemos o nosso dinheiro de volta com juros. Exemplos disto são a Housers e a Fundrise caso queiram pesquisar mais sobre o assunto!

Bem, muita informação… Na minha opinião, a melhor alternativa para a maioria da população é investir o dinheiro em ETF’s, pois não é necessária muita pesquisa para fazer uma boa decisão, o rendimento médio é de 6/7% ao ano e o risco associado é relativamente baixo. Para demonstrar que investir o nosso dinheiro compensa, decidi fazer as contas!

  • Eu tenho 24 anos. Se durante os próximos 30 anos eu investir 200 euros por mês a um crescimento médio de 5% por ano, aos 54 vou ter a módica quantia de 150 mil euros investidos… Ou seja, investi 72 mil euros (200*12*30 = 72 000 €) e ao fim de 30 anos mais que dupliquei o meu dinheiro… Este é o poder dos juros compostos… O mais importante é começar o mais rápido possível e deixar o dinheiro crescer durante muito tempo. Há vários simuladores na internet caso queiram simular o vosso caso.

A simulação que eu fiz foi bastante conservadora, o provável é que consigam um rendimento superior a 5% por ano. Tudo depende dos investimentos feitos e da quantidade de dinheiro que se coloca lá. Brinquem um bocado com isso para ter uma ideia melhor de como funciona!

Neste momento eu estou a investir em ações individualmente, principalmente para entender como funciona, porque sou jovem e, porque há hipótese de maiores rendimentos. Como plataformas de investimento uso a Degiro e a Etoro. No futuro (quando arranjar um emprego xD) pretendo diversificar e comprar também ETFs e talvez investir no mercado imobiliário. A vantagem da diversificação é que quando bem-feita, torna o nosso portfolio robusto às quedas do mercado (como, por exemplo, esta pandemia…). Outras plataformas que ainda não mencionei e onde também se podem fazer diferentes investimentos são a Raize e a Bondora. Investiguem no início para saberem que caminho pretendem seguir em relação a investir o vosso dinheiro. Podem sempre investir através do vosso banco, se bem que provavelmente pagam mais taxas.

Caso queiram saber mais sobre diversificação de portfolios, deixo aqui este artigo – “The Golden Butterfly vs the All Weather Portfolio” – Peço desculpa por estar em inglês, não encontrei nada equivalente em português, mas é muito interessante!

E era isto que eu tinha para partilhar esta semana… Vou deixar aqui o link do Reddit para as comunidades de literacia financeira portuguesa e “mundial” caso tenham interesse. Depende de cada um, as escolhas que fazem com o dinheiro que possuem. Mesmo que não tenhamos como objetivo uma reforma antecipada ou deixar de trabalhar, é vantajoso estamos educados sobre o assunto e ter noção de como manter as nossas finanças saudáveis!

Sei que não fui muito a fundo no tema, mas o meu objetivo era partilhar algo fácil de ler sobre as diferentes maneiras de se começar a investir e as vantagens que isso poderia trazer! Caso gostem, no futuro posso fazer uma publicação mais específica sobre o tema! Até lá, obrigado por lerem e vejo-vos daqui a umas semanas 🙂

Ricardo Ribeiro

I am a relaxed curious young man! I love Nature and new Adventures! I always want to Learn more and Teach what I know to the world! I hope I can share my passions with the world with this blog!! <3

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