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Legislativas 2022

Boas! Este domingo são as legislativas, e é para votar pessoal!

Para eu estar o mais informado possível, nos últimos tempos, vi os debates, podcasts e tudo o que pude ver sobre/ler sobre os vários partidos e o estado do país.

E sinceramente isto é uma comédia. Vou ver comentários de comentadores – e de comentadores de bancada xD – e fica tudo possuído pelo clube e por ideologias partidárias! (Quando eu digo tudo, obviamente exagero por razões de comédia. Também vi bastantes coisas boas!)
Em relação às ideologias: Não faz sentido. Não há uma ideologia que esteja correta ou errada. São tudo visões que Seres Humanos têm sobre como a sociedade deveria ser. Tal como o Ser Humano, essas visões vão ter falhas por melhores que sejam as intenções. Qualquer dia faço uma publicação sobre o assunto, mas o que interessa são as propostas que cada partido tem e a competência que apresentam para cumprir essa visão.
Ver ataques pessoais e a partidos, e zero explicações das propostas que têm para o país é inútil e conduz a votos mal-informados. Entendo que seja uma estratégia válida para muitos partidos tentarem ganhar votos, e até certo ponto é aceitável para marcar diferenças, apontar inconsistências e assim, mas às vezes é um exagero, há zero ideias a ser discutidas e isso causa-me comichão -.-‘

Ok, vamos lá.

Portugal

Começar por deixar este ponto claro. Portugal é um ótimo país! Temos um clima excelente, um povo acolhedor, um ambiente seguro, liberdade de expressão e boa qualidade de vida. Tudo o que eu vou falar, só é possível discutir, porque outros problemas muito mais importantes já foram resolvidos! O mundo não é justo, e nós somos uns privilegiados em ter nascido neste país. Só por nascer aqui, estamos automaticamente melhor que grande parte da população mundial, e sem dúvida melhor que todas as gerações que nos precederam. – Gerações a que temos que agradecer! É graças a elas que este país existe e não estamos aqui a falar espanhol!

Somos um povo com tudo para ter sucesso! Temos um bom sistema de educação (tem as suas falhas, mas proporciona as bases fundamentais para se saber pensar e ser um bom profissional), um povo criativo e engenhoso, com facilidade em desenrascar-se e com um espírito empreendedor!
Obviamente também temos os nossos defeitos, se calhar somos um pouco mais complacentes que o saudável e não temos o rigor que outros países demonstram.

Outra coisa não muito boa é que somos maus com dinheiro… estamos literalmente em último lugar dos 19 países da zona euro em relação à literacia financeira. Isto é preocupante. Portugal é aquele amigo que fala de economia e investimento como se fosse o CR7 das finanças, paga uma rodada de gins ao pessoal todo, e depois, descobrimos que ele recebe o ordenado mínimo, tem 100 euros no banco e a prestação do carro por pagar. Pá, talvez não seja boa ideia receber dicas de investimentos desta pessoa…
E talvez seja por esta razão que temos a terceira pior divida em função do PIB da zona euro e a décima maior do mundo. – Uma criança que nasça hoje, tem automaticamente 25 mil € de dívida para pagar 🙁

Porque estamos a ficar para trás?

No início do milénio, éramos a trigésima quinta economia mais rica do mundo. Em 2021, já nos encontramos na posição 45.

O que aconteceu? Porque somos ultrapassados? – A resposta simples é: porque não andamos para a frente. Claramente, outros países que começaram de posições mais desvantajosas que a nossa, implementaram as estratégias corretas para crescer e nós não o conseguimos fazer. Vendo o lado positivo, podemos constatar o que correu bem e mal nesses países, aprender, e já que não podemos mudar o passado, a melhor coisa a fazer é apostar em reformas que nos deem frutos no futuro.

Mas então,

Porque é que Portugal não cresce?

Não existe uma resposta simples para esta pergunta. É um conjunto de fatores gigante, que dava para preencher mais que uma publicação, e provavelmente ia esquecer-me de coisas e cometer erros na minha análise. Cada partido vai ter a sua perspetiva e soluções, e todos eles vão ter razão em alguns dos pontos que apontam e estar incorretos noutros.
Eu também tenho uma ideia de qual é – para mim – o ponto mais importante que devemos mudar para obter resultados diferentes. É o nosso sistema de recompensa/punição.

Eu ando a ler bastante sobre psicologia, autoajuda e temas similares, e algo em que tenho interesse são os sistemas de recompensa/punição. Quando educamos o nosso filho, sabemos ser saudável educar com reforço positivo – punindo quando necessário – e não o contrário. Isto é o que desenvolve Seres Humanos saudáveis, capazes de se integrar numa sociedade e com menor incidência de depressão, dependência e tudo o resto.

No nosso país, não considero que estejamos a implementar as recompensas e castigos corretos. Quando o objetivo é motivar as pessoas, a estratégia mais eficiente, é a recompensa. Se for para impedir determinados comportamento, a estratégia da punição é melhor. Nós, temos pouca ênfase na recompensa e temos grande ênfase em castigar – e aqui não é só o estado, as empresas também! O foco está nas coisas erradas e isso leva a colaboradores que não têm a mesma motivação para trabalhar e a produtividade acaba por não ser a melhor! Há taxas e taxinhas para tudo, de tal modo que algumas autoridades desconhecem as taxas que têm para cobrar.

Não faz sentido, por exemplo, que se aumentarmos o salário bruto de 800 para 900 € a um colaborador, quase metade do dinheiro do aumento vá para o estado! Estamos a acabar com a progressão salarial antes de ela começar, isto torna mais complicado recompensar as pessoas! Depois não é de estranhar que mais de 50% dos jovens não se sintam realizados, mais de 70% ganhe menos de 950 € líquidos e 30% queira emigrar!

Há muita dificuldade em progredir, e em parte é devido ao sufoco fiscal que existe em Portugal. Eu entendo a ideia da progressão fiscal e redistribuição, mas exageramos – eu fiz duas publicações sobre o IRS, como funcionava, deduções e tudo o resto e mesmo assim deixei muita coisa de fora. O sistema, para além de demasiado taxativo, é demasiado complexo. É suposto os cidadãos entenderem o que fazem sem ficar confusos e ser um bicho de sete cabeças. Coloca-se um máximo de 3 escalões, a retenção na fonte igual também com 2 ou 3 escalões, adicionam-se as deduções que forem necessárias (deficiência, filhos, dependentes, etc) e está feito. Todas as pessoas poupavam e era muito mais simples!

Julgo que já passei o meu ponto, mas vou reforçar na mão de obra qualificada. Pessoas que tiram cursos CEMT – ciência, engenharia, matemática e tecnologia – têm muita procura no estrangeiro. Todos os países precisam de profissionais competentes nestas áreas, pois vivemos num mundo cada vez mais tecnológico, e os jovens formados em Portugal, estão todos a sair! (eu tenho uma entrevista para ir trabalhar para a Bélgica amanhã, por exemplo! Até pode não dar em nada, mas quando o salário é o triplo, mesmo que o custo de vida seja o dobro, compensa…) E obviamente não é só pelos salários. Há muitas empresas apetecíveis lá fora. Portugal tem uma escassez de boas empresas – elas existem! Mas são poucas e muito concorridas – e em parte, também considero ser devido a um mau sistema de recompensa/punição.

As grandes empresas não gostam de Portugal?

Como se aperceberam se leram a publicação anterior – Como é que Portugal “ganha” dinheiro? -, eu também andei a ler sobre os outros impostos, relatórios de competitividade e outras coisas. Somos o quarto pior país da ODCE em competitividade fiscal geral, e o terceiro pior quando se considera apenas as empresas. O nosso país não é considerado apetecível em termos empresariais. Não há estabilidade fiscal, há muita burocracia e é difícil arranjar financiamento.

A nossa taxa de IRC máxima é de 31,5% para lucros tributáveis superiores a 35 milhões. Em 2018 isto era o segundo IRC mais alto da Europa, atualmente, ainda deve estar no top 3, porque o nosso não mudou. As maiores empresas portuguesas, já têm sede fiscal fora de Portugal, e mesmo que implementem a taxa mínima de IRC de 15% para empresas com faturação superior a 750 milhões, nenhuma vem para cá pagar mais do dobro do que pode pagar noutros locais!

Segundo o relatório Doing Business do banco mundial, estamos no lugar 119 em facilidade de financiamento há 118 países onde é mais fácil receber financiamento para investir!!! – algo não está certo… O relatório está muito interessante caso queiram ver. Avalia o país em várias áreas e compara com o resto do mundo. Vão ver que em burocracias como alvarás para construção e assim também estamos no lugar 60 e no geral, estamos no lugar 39.

Outra razão para a falta de crescimento – na minha opinião – é estarmos muito virados para o mercado interno. 96% das nossas empresas são micro e quase 80% dos trabalhadores trabalham em PME’s. Claro que muitas delas exportam e não se foram apenas no mercado interno, mas temos que aumentar as nossas exportações, a nossa balança comercial não aguenta. Nós temos constantemente um défice comercial – importamos mais que o que exportamos – e isso só leva riqueza para fora do país. Em 2021, até novembro, o défice comercial já era superior a 16 mil milhões de euros – para comparação, isto é ± 4 ou 5 resgates à TAP – e enquanto não mudarmos isto, vamos continuar a aumentar o endividamento das empresas, que para pagar as dívidas, vão subir os preços aos consumidores (nós), o que causa inflação e diminuição do nosso poder de compra, sem existir aumento salarial.

Retirado do Diário de Notícias

Um dos argumentos que li a favor de IRC alto, é que Portugal utiliza o dinheiro dos impostos para prestar ajudas às PME’s, para a inovação e desenvolvimento dessas empresas. No entanto, pelo conhecimento que tenho, só nos torna pouco atrativos para investimento estrangeiro e fazemos um mau trabalho com as tais ajudas à economia nacional, porque fomos o país da UE que menos ajudou durante a pandemia, com 26% das PME’s com quebras de receita superior a 40% sem receber nenhuma ajuda do estado! – a nossa ajuda foi de 3,6% do PIB, enquanto a média europeia foi de 8% do PIB.
Fora isso, durante os últimos 10 anos, fomos o segundo país da UE que menos investiu em função do PIB, apenas à frente da Grécia.

Acho mesmo que temos que mudar a maneira como fazemos as políticas económicas. Infelizmente não está a resultar e temos que experimentar outra estratégia. Penso que se tivéssemos um IRC mínimo de 17% e máximo de 24, já ficávamos numa posição muito melhor – e considero esta meta realista e possível de se obter através de um consenso. A médio/longo prazo, baixar este imposto resulta num maior crescimento, menor incentivo para fugir aos impostos e maior incentivo para existir investimento no país! Com isto íamos obter receitas fiscais iguais ou superiores às que os impostos maiores nos trariam.

Como puderam ler, a reforma do IRS e do IRC são na minha opinião o mais importante para o país para lhe proporcionar o estímulo para crescer.

Fora isso, há algumas coisas que me causam comichão e de que vou falar agora. Esta parte não é uma análise séria ou uma opinião super bem formada, é mais um desabafo de frustração.

Coisas que me causam comichão:

1 – Ok, nós enviamos os impostos para lá, e claramente há uma parte que é bem utilizada! – Escolas, SNS e tudo o mais, apesar dos seus problemas, funciona! Mas eu não entendo para aonde vai o dinheiro! Nós temos das maiores cargas fiscais sobre o trabalho, temos juros super baixos devido ao BCE e recebemos todos os anos 245 € por cidadão, vindo da união europeia (cerca de 2 450 000 000 €) e mesmo assim, com todas estas ajudas, pouco crescemos, e cada criança que nasce agora (como disse no início), tem automaticamente 25 mil euros de dívida para pagar! Onde é que está o “foco” nas gerações futuras??

2 – Com todos os problemas que referia até agora, porque é que vamos enterrar na TAP mais de metade da receita fiscal de IRS e quase o TRIPLO da ajuda que se deu a todas as outras empresas com o Lay-off simplificado? A TAP tem mais ou menos 10 mil funcionários. Estamos a pagar entre 300 a 400 mil euros por cada um! No fundo de desemprego ficavam mais baratos, e outras companhias aéreas iam fazer a maior parte das rotas que a TAP faz.

3 – Como é que se pode prometer computadores para todos os estudantes em 2020 e quase 2 anos depois ainda faltar entregar 600 mil?

4 – Como é que se pode dizer que convergimos quando somos ultrapassados? Estamos a caminho de disputar o Top 3 dos países mais pobres da UE em termos económicos a este ritmo! Como é que se fala da recuperação económica depois da pandemia quando somos o segundo pior país da OCDE a recuperar?

5 – Como é que se fala tanto de investir no SNS quando se tem uma dívida aos fornecedores de quase 2 mil milhões de euros, e que durante boa parte deste ano aumentou ao ritmo de 4 milhões de euros por dia. Mais de um terço das necessidades de saúde dos portugueses no primeiro ano de pandemia ficaram por satisfazer. Fomos o segundo pior da OCDE. Não é motivo de orgulho pá!

6 – Como é que fechamos as centrais a carvão para irmos importar energia a Marrocos produzida a partir de centrais a carvão? As centrais deles são menos eficientes, emitem mais gases poluentes! Estamos a poluir na mesma, a gastar mais dinheiro e perdemos postos de trabalho! Não entendo esta decisão… E agora os preços de energia estão cada vez mais altos e enfrentamos uma crise energética. Eu sou completamente a favor de evoluirmos para um futuro sustentável, mas tem que ser feito com pés e cabeça!

Ok, já chega de reclamar xD

Eu não acho que nenhum partido seja perfeito. Todos vão cometer erros e vai haver criticas independentemente de quem governe. Dito isto, não considero que o PS seja o partido correto para nos governar atualmente.

Em quem vou votar?

Há quatro partidos que eu sinto que merecem ter mais representação na assembleia. Eu só posso votar em 1, mas apelo aqui ao voto dos 4 pela ordem de dimensão que devem ter.

1 – PSD. Precisamos de um partido que governe. Só há 2, PS e PSD, então não há muito por onde fugir xD
O PSD está mais alinhado com a minha visão que o PS – baixar IRS, IRC e assim. Gosto que eles se foquem primeiro no IRC, pois apesar de não ter um impacto imediato nas pessoas, cria os alicerces para que a economia possa crescer e sustentar o crescimento dos salários. Idealmente baixa os 2, mas tendo em conta a nossa dívida pública e tudo o mais, fica complicado.
Gosto do carácter do Rui Rio, do facto de ele estar disposto a fazer alianças com qualquer partido e de ter estado disposto a negociar com o PS durante os últimos anos. Então espero que o PSD ganhe as eleições.

2 – IL. Eu vou votar na Iniciativa Liberal. Não são ainda um partido para governar, mas acredito que devem ter uma boa expressão no parlamento. Têm uma veia de progressão que pode puxar o nosso país para a frente. Não vou estar aqui a debitar as medidas todas deles, mas gosto da Flat Tax – deixo aqui o simulador para verem o vosso salário com a taxa única de IRS -, apesar de pensar que não vai acontecer. Como disse anteriormente, se ficarmos com 2 ou 3 escalões de IRS já deito foguetes. Concordo também com as reformas para a segurança social, educação, saúde e a vontade de descentralizar que apresentam.
Caso queiram ouvir o presidente a falar sobre o partido e assim, recomendo esta podcast onde ele fala sobre a sua vida e a entrevista que ele fez com o “gato político” no Instagram – e que também está no YouTube – em que falam sobre o programa eleitoral.

3 – Livre. O livre ocupa o lugar do BE enquanto esquerda progressista. Enquanto que o bloco já não tem nada de novo para mim e só fala no SNS, o Livre traz novas ideias para a mesa! Gosto de algumas das propostas em termos Ambientais, Sociais, Cultura e da Educação, nomeadamente o subsídio de desemprego para quem se despede e procura mais educação, a fomentação do intercâmbio cultural entre países lusófonos e o facto de se proporem a estudar a implementação da energia nuclear em Portugal.
Caso queiram saber mais da vida dele e a sua visão, gostei muito da entrevista do “o_paragrafo” e do “jornal cronico” que está no Instagram. Compensa ver!

4 – Volt. O Volt nunca foi eleito em Portugal, mas já o foi em vários países europeus. É um partido super voltado para a Europa, preocupado com a digitalização e com a literacia digital (que já agora, também somos dos piores da Europa xD). O Volt também tem uma vertente ambiental forte e apresenta ideias que fazem sentido.
Fica aqui o vídeo de promoção deles!

Fora o PSD, os outros 3 partidos trazem ideias novas e necessárias para o país! Não é a fazer a mesma coisa que vamos obter resultados diferentes! É necessário algo para fazer o sistema andar para a frente. Sou da opinião que todos os outros devem manter ou perder votos, porque não trazem esta força reformista que vejo nestes 3 partidos. O resto anda tudo à volta do mesmo infelizmente, e já cansa. – Bem, o chega traz ideias novas, mas não são as ideias que eu penso que devam ter muita representação. Prova disso é o programa do partido, que tem 9 páginas. Não é possível explicar afirmações que são meramente populistas, porque não se traduzem em propostas concretas. A sua aplicação não contribuía para o progresso, e em alguns casos até levava a um retrocesso da nossa sociedade -.-‘ (dito isto, eles querem reduzir os impostos também, por isso temos coisas em comum, mesmo que as motivações para a proposta sejam diferentes.)

Conclusão

Isto da política dá muitas dores de cabeça… E muitos aproveitam-se para ter poder e influência em vez de tentar avançar com o país. Isso irrita-me um bocado, mas é o que é.

Espero ter feito um trabalho decente a explicar a minha visão do país e o porquê de ser necessário mudança e reformas que promovam o crescimento!

Como disse lá para o meio, eu faço parte dos 30% que se aparecer a oportunidade emigram e isso é chato. Quero um país em que isso não tenha que acontecer. Planeio dar o meu melhor para ajudar Portugal, voltar, construir uma empresa e pagar no mínimo de volta todo o dinheiro que o país investiu em mim e na minha educação.
Até porque ir para fora pode ser visto como uma vantagem, porque ao voltar vamos trazer outra perspetiva e ideias novas! São precisas condições que estimulem as pessoas a voltar!

Por fim, só dizer que para seguir em frente, temos que conseguir imaginar o que queremos, temos que pensar sobre o futuro que queremos construir. A resposta não está em ficar fechados na nossa bolha, está em expandir os nossos horizontes e aprender com o mundo à nossa volta, construindo o futuro que queremos para as próximas gerações!

Ainda temos um longo caminho para nos tornarmos no país incrível que sei que podemos ser e dia 30 pode ser um dia importante para darmos um passo nessa direção. Por isso, votem 😉

Ricardo Ribeiro

I am a relaxed curious young man! I love Nature and new Adventures! I always want to Learn more and Teach what I know to the world! I hope I can share my passions with the world with this blog!! <3

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