Emigrar para totós

Rapariga a ler mapa. imagem da Pexels. Representa emigrar

Boas! Voltei com a segunda publicação sobre a minha experiência de emigração! – Emigrante foi a primeira parte 🙂

Desta vez pronto para partilhar informação que pode ser útil ou que devem procurar caso também decidam viver num país diferente!
Lembro que parto do ponto de vista de um português a emigrar para um país europeu. Boa parte da informação é útil se forem para fora da Europa, mas nem tudo.

Bem, o primeiro passo que me lembrei foi pensar: Porque é que eu quero emigrar?
 – É para ganhar mais dinheiro/ter melhores condições de vida? Melhores condições para a minha família?
 – Quero trabalhar numa área que em Portugal não é possível? Ou em que talvez não tenha tanta oportunidade de progressão?
 – Quero mudar de vida, afastar-me da minha rotina atual, das pessoas que conheço e começar de novo?
 – Quero viver uma experiência diferente e sair da minha zona de conforto?
 – Fazia parte de um gangue que agora me quer espancar, por isso vou para outro país e espero que não me encontrem?

Cada pessoa tem as suas razões, e considero importante sabermos quais os motivos para uma mudança deste nível, caso contrário, quando a motivação diminuir e estivermos a passar uma fase difícil, começamos a questionar o porquê das nossas decisões… Pessoalmente, tento estar consciente do que tenho a ganhar, do que tenho a perder e também das consequências de não agir (o meu maior inimigo xD).
Pode ser que emigrar até nem seja a decisão correta! As motivações que temos podem não ser tão fortes como os laços familiares que nos fazem querer ficar… Se calhar temos que deixar os nossos filhos ou parceiros para trás. É algo que varia bastante com a fase da vida em que cada pessoa se encontra.

O que quero evitar é mesmo sentir que falhei ou que desisti… Porque é muito diferente eu: ponderar -> seguir um caminho -> tentar -> entender que não é o caminho a seguir -> seguir um caminho diferente
Ao invés de: ir sem entender bem porquê -> não gostar -> desmotivar -> acabar por desistir…
Na primeira situação fiz um esforço consciente e acabei por decidir trocar de rumo. Há uma sensação de dever cumprido…  Enquanto na segunda, acabo por sentir que desisti e nunca entendi bem qual era o meu propósito aliNão tinha significado

Claro que não sou um monge budista e não consigo atingir o nirvana e ver tudo na minha vida, nem acho que ninguém que esteja a ler isto o consiga! Mas tirar algum tempo para refletir na decisão é algo que aconselho. Não quer dizer que vá resultar, mas pelo menos não estamos em (tanto) conflito interno hahaha.
Desejo a quem esteja com a decisão de emigrar (ou qualquer outra) a sabedoria para conseguir ponderar a situação e a coragem para tomar a decisão que considera mais acertada, mesmo que seja a mais difícil de tomar! <3

Dito isto, chega de filosofia!

O que precisamos para emigrar??

Precisamos de um emprego! Não vou falar aqui sobre como arranjar um, mas escrevi uma publicação sobre isso há 2 anos – e acho que continua a ser bastante útil – “Encontrar Emprego – Dicas e Alternativas!

Vou só acrescentar algo que também falei na última publicação… Eu enviei bem mais de 100 currículos durante os 4/5 meses que passei a procurar emprego. Só 4 ou 5 empresas é que me chamaram para entrevista – duas das quais apresentaram uma proposta. E eu até acho que tenho um currículo bastante decente – para empregos de iniciação, obviamente -, então não achem estranho se demorar… O que importa é não desistir 😉

Ok, fizeram-me uma proposta – ou já aceitei a proposta -, quais são alguns dos pontos a considerar ao mudar de país?
 – Primeiro, falar sempre com o departamento de deslocações da empresa para onde vamos… estão lá para nos ajudarem!
 – Depois, podem ver esta lista que eu inventei e que não está por nenhuma ordem específica ^^

Clima:

Vou para um país – tipo a Noruega – que é super frio e passo semanas sem ver o sol? Consigo adaptar-me a esses ambientes?
Será que me habituo a um local como a Bélgica/Holanda onde chove bastante?

Lingua:

Qual a língua do país para onde me vou mudar? É necessário aprender a fala-la? Ou consigo desenrascar-me com inglês/português?
Se for necessário, estou disposto a aprender?
Em que linguagem tenho que entregar os documentos? Em certos casos pode ser necessário ir ao um tradutor credenciado para nos reverem/traduzirem o documento…

Dependendo do país, existem incentivos para aprender o idioma local. Por exemplo, se eu escolher aprender uma das 3 línguas oficiais da Bélgica, posso ter até 125h de férias anuais. – se não me engano é algo que faz parte da legislação belga.

Caso queiram fazer um curso, há sempre opções em praticamente todas as cidades… Institutos, universidade, etc.
Têm também acesso a aplicações, como o Duolingo ou a Babbel que são grátis e nos ajudam a prender praticamente qualquer língua!
Têm também a alternativa de ir a encontros em que o objetivo é falarem e aprender a linguagem com outras pessoas que também estão em fase de aprendizagem. Podem procurar eventos assim na app MeetUp, por exemplo.

Procurar casa:

Procurar casa pode ser complicado… Será que o que vou ganhar compensa em relação ao custo de vida? Qual a probabilidade de ser enganado? O local onde moro é perto do emprego ou de transportes?

Na Bélgica há alguma burocracia no processo de arrendamento… Tive que fazer uma carta de motivação -.-‘ para me candidatar a um apartamento… – e também há o pequeno pormenor de a caução ser 3 meses em avanço. Uma casa normalmente é por volta de 750 €, então, no primeiro mês temos que dar 2 250 € (750 € x 3) para a caução e 750 € pela renda. Nem todos têm 3 000 € disponíveis… – principalmente no início de carreira.
Então é bom fazer uma pesquisa prévia da zona. – A minha casa custa 640 € por mês e eu tive que pagar 3 meses de caução, mas não é obrigatório! É algo que muitos senhorios pedem, mas nem todos.

Existem vários websites espalhados pela internet, então dá para ter uma ideia do custo que teremos que suportar antes de tomar a decisão!
Pela minha experiência, alugar por uma agência imobiliária é mais barato, mas demora mais… Porque os horários para ver as casas são mais restritos, há mais burocracias e assim. Arrendar diretamente ao senhorio é um pouco mais caro, mas dá menos trabalho e é mais rápido.

Benefícios fiscais:

Boa parte dos países europeus têm benefícios fiscais para imigrantes que vão para lá trabalhar. Claro que há restrições para estes benefícios e cada país escolhe fazê-lo de maneira diferente.

Por exemplo, em Portugal temos o benefício fiscal de isenção de 50% dos impostos. Na Bélgica esse benefício é 30%. Como há critérios diferentes que têm que ser cumpridos, a melhor coisa a fazer é procurar “Tax Benefits for Expats …” no país para o qual estejam a pensar mudar-se e confirmar se são elegíveis a esse benefício 😉

European Holidays

Acho que este ponto é específico da Bélgica, mas não há nada como procurar no país para onde pensam emigrar!
Para cidadãos europeus, a Bélgica oferece algo chamado “european holidays” (férias europeias). Por lei, as empresas têm que fornecer um certo número de dias de férias aos empregados europeus que contratam. É bastante útil para quem quiser ter mais férias! Tem uma “desvantagem” que é não recebemos o dia a dobrar. Ou seja, os dias de férias que escolhemos utilizar são descontados do nosso bónus de férias (não gosto da palavra subsidio xD sei que é a mais usada em Portugal para descrever isto, mas nah…)

Registo civil:

Independentemente do local para onde vamos, temos que nos registar lá e mudar a nossa morada fiscal. Para o fazer, normalmente, é necessário apresentar o contrato de trabalho e o contrato de alojamento, de modo a provar que moramos oficialmente nesse país e que estamos lá a trabalhar. – Como cidadão europeu, este processo é mais fácil, se formos para fora da Europa temos que ter um visto de trabalho e provavelmente pedem mais algumas coisas…

Conta Bancária:

Não é necessário em todos os lugares, mas dá jeito. O cartão de débito português pode não ser compatível com todos os terminais (isso acontece-me), e temos acesso aos diferentes sistemas de pagamento utilizados no país. – Na Bélgica usam o bancontact e o payconiq, em Portugal seria o Mbway – por norma, a empresa também prefere pagar para o banco nacional…

Conta bancária é útil na Bélgica para fazer uma conta congelada onde depositamos o dinheiro da caução. Os bancos fornecem esse serviço e tratam da papelada, o que torna tudo mais fácil…
Outro benefício é que os comerciantes locais pagam menos taxas se receberem com um cartão belga… então preferem.
Ou seja, apesar de não necessitar da conta bancária (conheço várias pessoas que não a têm), acho que dá jeito.

Mudar os nossos pertences:

Quando somos jovens é mais fácil que não temos nada para trazer ^^ Mas com família e tudo o mais, pode ficar complicado. Há várias empresas que nos pagam a deslocação de bens, é uma questão de negociar com quem nos contrata!
Caso não paguem, a Eures pode ajudar – é um website europeu que ajuda na mobilidade laboral entre países (falo mais sobre a Eures no próximo capítulo)

Contratar uma empresa de mudanças também é uma opção. Trazem as coisas até à nossa nova casa, e pela minha experiência, vem tudo seguro, bem embalado e relativamente rápido. – Preços, não faço ideia porque a Imec pagou.

Votar:

Como ainda não aconteceu, não fiz muita pesquisa sobre o assunto. Eu pessoalmente não quero mudar para o círculo eleitoral europeu, quero continuar a votar por Apúlia. Atualmente, voto digital ainda não é uma opção (acho eu), mas tenho esperança que tratem disso assim que possível! Pensava ter a opção de pedir voto antecipado e enviar por correio, mas afinal não. Por isso, ou me registo no consolado português e voto por lá, ou vou a Portugal votar e venho embora!

Saúde:

É necessário fazer seguro de saúde? A empresa paga o seguro? O que é que ele cobre? Temos sistema nacional de saúde/serviço privado? Farmácias? Medico de família?

Que tipo de benefícios temos com as diferentes seguradoras? Quanto se paga? – Por exemplo, se penso ter filhos, se calhar escolho um pacote que tem mais vantagens nesse ramo… Ou se tenho problemas crónicos de saúde, vejo se há uma opção que me ajuda mais com a medicação que necessito…

Esta parte é algo importante a tratar ao chegar! Nunca se sabe o que pode acontecer. É bom pedir o cartão europeu de saúde antes de sair de Portugal para termos mais alguma segurança durante o período de transição!

Educação:

Tenho escolas perto da zona para onde vou? Aceitam alunos internacionais? (caso tenha crianças) Será que tem um jardim de infância?
Há aulas para adultos? Cursos de línguas (caso queira aprender a língua do país).

Transporte:

Como funciona o transporte publico? Como pago? Como ter passe? Tem acesso aos locais que preciso? Será que a empresa me paga o passe?
Se andar de bicicleta ou de carro… A empresa tem algum benefício para isso? Que tipo de ajudas?
Andar de carro é chill? Há muito trânsito? Se calhar há zonas onde é proibido entrar de carro? – tenho que registar o carro neste país? A carta de condução é válida?

Tempo Livre:

A cidade para onde vou tem atividades que gosto de fazer no tempo livre? (passear num parque, ir a um café, ver um filme…) Tem atividades para os miúdos? Parques com escorregas e essas coisas todas que crianças fazem… Atividades desportivas… Escuteiros? – não tenho filhos, não sei o que essas criaturas fazem xD

Água, Luz, Gás, Lixo, Internet…

Como funcionam essas coisas? Como fazer o contrato? As casas já têm contrato próprio? Há algumas regras específicas que tenha que seguir? – O sistema de tratamento de resíduos na Bélgica é mais complicado que em Portugal, por exemplo…

Cultura:

Para mim, é necessário entender a cultura do país onde vivo para me sentir em casa! – Explorar a cidade/país onde vivo ajuda!

Entender minimamente a história do país e as razões que suportam os seus costumes e comportamentos também é fixe… – era chato estar a desrespeitar os locais com as minhas pré-concepções que estão provavelmente erradas…

Aprender um pouco sobre a cultura do país também é um bom tema de conversa para começar a falar com quem cá mora!
 – Quais são os tópicos que dividem a opinião pública? Porquê?

Comunidade:

Por último, mas não menos importante, inserir-me numa comunidade! Já tenho lá pessoas que conheço? Vou começar do zero? Onde posso ir para conhecer novas pessoas?

O Ser Humano funciona em comunidade. Nós sozinhos damos em tolos, sentimo-nos isolados e a nossa percepção da realidade acaba por se afastar da norma. É a constante interação com outras pessoas que nos ajuda a entender o nosso lugar no mundo e a calibrar o nosso comportamento. Então, formar um grupo de amigos/conhecidos é bastante importante – especialmente se forem pessoas que nos podem ajudar em caso de necessidade!

Algumas sugestões de como conhecer pessoas novas:
 – usar aplicações como a MeetUp da qual falarei mais adiante, o Bumble (que tem opções para procurar amigos também!) ou o Tinder;
 – começar um hobbie – clubes de xadrez, dungeons and dragons, salsa, escalada, ténis, etc -;
 – convidar os colegas de trabalho para um café…
 – irem para um café com um cartaz a dizer “conversa grátis” (este último admito que não experimentei…)

O importante é encontrar pessoas com quem nos identificamos 🙂

E não fiquem desencorajados se não resultar logo à primeira! É importante lembrar que é mais fácil conectarmo-nos com outros internacionais, porque eles também estão a tentar construir uma rede de conexões! Provavelmente os locais já têm o seu grupo de amigos formado e é muito mais complicado de nos juntarmos a um grupo destes… Então, não fiquem muito chateados de acharem que os locais são mais “difíceis” de conhecer.

Eu, só estou cá há 4 meses, mas como tenho um grupo de amigos minimamente definido, já não me esforço para conhecer novas pessoas. Estou bem com as que tenho, então é menos provável que aceite random convite para ir sair e também é menos provável que convide pessoas que só conheci uma vez para sair. Já não sinto essa necessidade! – há 2 meses era roda no ar ^^

Para finalizar esta publicação, apresento-vos:

Websites que considero bastante úteis!

Eures

A Eures é uma plataforma europeia para ajudar cidadãos europeus a procurar emprego e a facilitar a mobilidade dentro da união europeia. Têm lá várias dicas sobre como Procurar Emprego, Criar um Currículo e sobre a Vida nos vários países europeus.

Em relação a dicas para a vida em cada país, eles também falam dos diferentes costumes, o que ter em atenção durante a entrevista e assim.

Têm também uma iniciativa chamada European Job Days (Dias Europeus do Trabalho), que é a melhor maneira de procurar emprego! – gosto mesmo muito daquilo xD
 – Todos os meses há mais que um evento para determinado país europeu, e consoante as necessidades do país, estão presentes as vagas de diferentes empresas. Por exemplo, para Portugal vi um evento em que procuravam pessoas para o setor do turismo e para a Suécia vi um evento em que procuravam engenheiros para a área da extração mineral. Tudo depende das necessidades do país.
 – Nesses eventos, há sempre representantes do Eures e também representantes de certas empresas disponíveis para responder às questões que quem procura emprego possa ter.

No caso da Bélgica, pelo que entendi até agora, há um défice em áreas técnicas e tecnológicas, então eles recrutam bastantes engenheiros, investigadores e programadores.

A Eures tem também concelheiros em todos os países, ou seja, podem contactar os representantes portugueses para pedir ajuda. – Eles enviam um email com recursos para ler e para questões específicas, podemos marcar uma chamada com eles. (se quiserem que reencaminhe o email que eles me enviaram, mandem-me uma mensagem ^^)

Por fim, outra vantagem da Eures é que eles ajudam com custos de entrevistas/deslocamento para outro país. No meu caso não foi necessário, porque a entrevista foi online e a empresa pagou toda a minha deslocação, mas se for necessário deslocarem-se a outro país para uma entrevista ou pretenderem ajuda monetária para mudar de país, a Eures pode ajudar-vos. Cada país tem montantes definidos para ajudar na mudança, o melhor é contactar um dos conselheiro e pedir mais informações. – Convém enviar mensagem antes para saber se eles ajudam ou não!

Se eu só pudesse recomendar um recurso para emigrar, era este.

Expatica

Expatica é um website incrível para se aprender mais sobre um país. Podem aprender sobre o sistema fiscal, como começar um negócio, como instalar luz, água, internet, andar de transportes públicos, vida amorosa – Casar, divorciar – como vender o carro, hospitais, papelada para fazer o registo no país… Todos os tópicos a considerar que eu mencionei, e muitos mais!

Se estiveres a pensar emigrar, é um óptimo recurso a utilizar!

Just Landed

Ligeiramente diferente do Expatica. Muita informação acaba por ser a mesma, mas aqui tem mais países, e também tem ofertas de emprego. Admito que não utilizei tanto (se calhar até é melhor que o expatica xD), mas a informação está bem organizada em tópicos, tornando a pesquisa bastante fácil.

Salary After Tax

O nome explica bem o que este site faz… Se quiserem uma estimativa do salário líquido que vão receber.

Claro que isto é algo que podemos perguntar à empresa e eles também nos dão uma boa estimativa, mas é sempre bom confirmar.

E com a estimativa do salário e a estimativa dos custos, já conseguimos organizar a nossa vida antes de sairmos do país (ou até antes de aceitar a proposta).

LinkedIn

Já todos conhecem… Mas ter um perfil de LinkedIn bom e saber pesquisar vagas é importante para se ter sucesso! Obviamente a minha experiência é mais para cargos de engenharia/tecnologia. Para outros trabalhos haverá recursos melhores, como Indeed ou Net Empregos. – Eu falo mais sobre as várias opções para procurar emprego na publicação “Encontrar Emprego – Dicas e Alternativas!”

Mas pronto, no LinkedIn, recomendo aprender a procurar bem emprego e a utilizar os filtros certos – filtrar não só por área, mas também por país, procurar os nomes em inglês e coisas assim. – e outra dica boa é contactar recrutadoras. Não custa nada enviar uma mensagem a alguém a pedir informação – claro que o provável é que não nos possam ajudar, mas nunca se sabe quando até temos sorte! É um jogo de probabilidades =) Quanto mais coisas fizermos para aumentar a nossa probabilidade de sucesso, melhor!

MeetUp

O conceito é simples, alguém organiza eventos, publica aqui e quem quiser vai! Procura eventos na tua zona. Incrível para conhecer pessoas novas e começar a tua nova jornada =)

Claro que há muitas outras aplicações para conhecer pessoas que também são úteis, gosto da MeetUp porque dá para conhecer mais pessoas de uma vez, e é pessoal que tem interesses similares aos nossos ^^ (se não, não participavam no evento)

InterNations

Mais uma óptima maneira de conhecer internacionais que também estão fora do seu país. Escolhe um evento/hobbie em que tens interesse e experimenta =)

É uma comunidade fixe! Também tem artigos com experiências dos vários países e assim. Gosto muito deste tipo de iniciativas!

International House of Leuven

Obviamente esta é específica da minha terra, mas é um recurso com informações focadas na terra onde eu moro, o que é beneficial. Posso procurar eventos planeados, as regras da cidade para recolha do lixo, oferta de cursos de línguas, dicas para procurar casa, etc…

Leuven tem uma vertente estudantil forte, muitos internacionais vêm para cá, então não acredito que todos os destinos tenham um recurso tão desenvolvido como este, mas não custa nada procurar! – Toda a informação é boa nesta altura.

Ok, decidiste que vais emigrar, já tens emprego, fizeste a checklist, visitaste os recursos todos possíveis e imagináveis. Lembra-te que ao mudares para outro país, é possível que passes pelas:

Quatro fases da adaptação cultural

Os nomes variam consoante a tradução, eu gosto de – “Lua de Mel, Crise, Recuperação, Adaptação”…
(eu sei que a imagem tem nomes diferentes, mas a ideia é a mesma xD)

Adaptação cultural
Imagem retirada de: https://www.rio-magazine.com/vai-morar-fora-voce-precisa-saber-sobre-choque-cultural-2/

Estas fases repetem-se, não acontece 1 vez e depois passa. Principalmente se trocarmos de casa ou algo do género, é normal ter este período de adaptação.

Lua de Mel:

Sentimo-nos felizes! Trocamos de país!! Viver o sonho!!
Bué energia e cenas. Estamos prontos para tudo, tentamos agradar a todos. – É usar esta motivação inicial para explorar, conhecer pessoas e aproveitar 🙂

Crise:

É por esta altura que começa a assentar a realidade. Ficamos com menos energia, saudades de casa, não temos tanta vontade de sair… Ficamos um pouco mais confusos e deprimidos.

Quando estamos nesta fase, é importante lembrarmo-nos que é normal! Todos passam por isso. Ajuda falar com pessoas que já passaram pelo mesmo. Conhecidos que se calhar também são emigrantes e estão a passar pelo mesmo… Falar com os nossos amigos e família do nosso país.

Essa comunicação com outras pessoas é importante para colocar tudo em perspetiva e perceber efetivamente onde estamos (se calhar não é assim tão mau). – Porque podemos começar a romantizar o país que deixamos, esquecemo-nos das razões pelas quais partimos e temos que nos voltar a calibrar!

Coisas que podem ajudar a sair desta fase, é começar um hobbie, ir sair com pessoas de quem gostamos, ir passar umas férias para matar saudades? Não sei, cada um tem estratégias diferentes que resultam consigo 🙂

Recuperação:

O sentido de humor volta, a energia também, começamos (finalmente) a construir algumas rotinas.
Esta fase é boa porque sentimos que estamos a progredir – pelo menos eu sinto – na direção correta!

Adaptação:

Eu acho que estou entre a recuperação e a adaptação! Neste último ponto, é quando a nossa vida volta a estabilizar.
Finalmente começamos a sentir conexão com a cultura do país onde vivemos, a tentar coisas novas, volta aquele desejo de explorar, já estamos acostumados ao modo de vida do país e podemos procurar aprender mais.

Repito, podemos fazer este ciclo ou algo similar mais que uma vez. Por exemplo, eu tive isto quando estava na minha primeira casa e outra vez quando passei para a residência principal. Muda logo muita coisa e voltamos a ter parte destas sensações.

E mesmo após estarmos adaptados, é normal que por mil e uma coisas nos voltemos a sentir “menos bem”. É estar atentos a como nos sentimos e aceitar que não vamos estar sempre em pico de forma!

Ufff e está feito!
Publicação um pouco exaustiva. Provavelmente uma seca para muitas pessoas, mas cheia de informação e recursos interessantes para quem planeia emigrar!

Espero que tenham gostado e se precisarem de ajuda, não hesitem em contactar! Se puder ajudar, estou cá para isso 😉

Até à próxima!!

Ricardo

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